A gravidez
Sempre quis um parto normal e quando engravidei do Pedro, essa idéia se tornou mais ainda, e foi por isso que com 30 semanas de gestação resolvi trocar de médico, pois o que eu estava indo, já começou falar da cesárea, ou melhor da DESNECESÁREA.
Quando estava com quase 5 meses de gravidez me falaram da Lucia (minha querida doula). Quando a conhecemos pessoalmente tivemos a certeza de que iríamos freqüentar o encontro de casais e foi assim até o final. Todas as 3. feiras, não importava o cansaço, íamos ao espaço Dar a Luz. La era um momento nosso: meu, do Fé (meu incrível marido) e do nosso pequeno Pedro.
Freqüentando o encontro descobri que poderia tentar um parto natual, ou seja, sem nenhum tipo de anestesia e sentir TUDO e foi assim o nascimento do meu filho.
Na semana que ele nasceu, fui atender os meus pacientes até na 4. feira, 5. e 6. feira fiquei trabalhando de casa e na 6. feira quando acordei tive a sensação de que a hora de eu ver o rostinho do meu filho estava se aproximando. Fui até o clube fazer a minha aula de hidroginástica e depois fiquei na piscina nadando e relaxando...Sai do clube e fui caminhar um pouco, até mesmo para ele se “encaixar”um pouco mais, passei na igreja em que casamos e la conversei com Deus, disse que estava preparada para ser mãe e que Pedrinho poderia vim. Cheguei em casa, tomei um banho bem demorado, almocei e fiquei no sofá trabalhando e lendo relatos de partos, então as contrações começaram, não muito forte, mas já liguei para a Lucia e avisei que talvez precisasse dela para mais tarde e depois Dr. Adailton me ligou e avisei que talvez seria hoje.
As contrações foram aumentando e o Fé chegou em casa, como tinha a certeza de que Pedro nasceria, eu já com contrações fui até a clinica buscar alguns documentos e cheques, porque queria já deixa tudo pronto.
Comemos um sanduíche e fomos dormir, mas quando era 23:30hr acordei com contrações bem intensas e num intervalo de tempo pequeno, a partir daquele momento eu só queria ficar andando de um lado para outro, pois isso alivia um pouco as dores. Ligamos para a Lucia e quando era 0:30hr ela chegou.
O Fé já tinha acendido alguns incensos, deixado o nosso apartamento com uma luz bem fraquinha, colocou umas musicas bem relaxantes e fiquei em casa até as 04:20hr da manhã. Enquanto eu estava em casa, as vezes ficava em cima da bola, as vezes deitada na minha cama, mas sempre Lucia e Fe me massageando e como o apoio deles, a dor que as vezes era intensa, diminuía bastante... Ah e eu tomando o suco de uva maravilhoso que minha vó faz.
Ligamos para o Dr. Adailton e la fomos nós para a maternidade, com a mala, lembracinhas, bola, bolsinha de água quente, banquinho de cócoras, etc.... logo o Dr. Adailton chegou (detalhe ele tinha acabado de chegar na casa dele de um casamento). As enfermeiras queriam que eu sentasse, mas eu só queria andar e ficou fazendo o som do “ahhh”jogando a respiração para baixo, isso aliviava muito as dores da contrações.
Quando Dr. Adailton me examinou: UFA= 8 cm de dilatação, ou seja cheguei no hospital e estava quase já com dilatação total, e só o tempo de subir para o sala de parto= dilatação total!! Maravilha, mas como a bolsa não tinha rompindo, Adailton a rompeu, ai sim as contrações aumentaram, mas o clima na sala de parto era tão aconchegante que tudo ficou mais fácil... Adailton colocou no celular dele um som de passarinho, ele não acendeu a luz e sim um abajur e ficamos na penumbra, na sala estávamos somente eu, Fe, Lucia, Adailton e uma enfermeira que ficou la apenas para ver, pois disse que estava sendo lindo e queria ver até o final.
Tentei em várias posições para o Pedro nascer, de quatro, sentada no banquinho, pendurada no pescoço do Fe, abaixando de cócoras de mãos dadas com o Dr. Adailton e nada do Pedro vim... ouvi e enfermeira perguntando para o Dr. Se deveria trazer anestesia e ele disse que não, acho que ele percebeu que iria conseguir! E dizia que eu deveria viajar para “partolândia” e foi para la que fui, pois tudo aquilo parecia tão irreal, Lucia dizendo que eu estava indo bem, meu marido me acariciando e meu filho prestes a nascer= momento mais mágico que já vivi.
Até que Dr. Adailton perguntou se eu queria deitar, aceitei, pois estava cansada e dor nas costas; quando deitei relaxei mais, e nesse momento consegui tocar a cabeça do Pedro, Fe empurrou a minha barriga e nada, até que Lucia e Fe puxaram cada um o meu joelho e ambos apertaram o meu quadril, facilitando assim a sua passagem e com a ajuda de um extrator a vácuo do Dr. Adailton- Pedro veio ao mundo!!!
Posso dizer que foi a sensação mais mágica e prazerosa que senti na minha vida, sentir aquele corpinho quente saindo de mim, era como se eu podesse sentir cada partinha de seu corpo, coisa inexplicável e quando ele saiu, chorou, mas imediatamente Adailton o colocou nos meus braços e na hora ele parou de chorar e já foi logo procurando o meu seio e mamou, com alguns minutos de vida ele já estava se alimentando, enquanto Fe cortava o cordão umbilical.
A partir desse momento, não nos separamos mais, Pedro foi comigo direto para o quarto, nem o berçário ele precisou conhecer, nós dois estávamos ótimos e não havia necessidade de nos separarmos.
Tudo isso foi num sábado dia 04 de setembro de 2010 as 5:58hr.
Foi tudo muito mágico e perfeito, esse momento não poderia ter sido melhor e mais intenso, talvez o mais intenso da minha vida. Consegui colocar o meu filho no mundo da maneira mais natural possível, fui forte, me senti uma leoa.
Todas as mulheres que serão mães, não deixem de ter essa sensação, esse momento, que só nós mulheres temos o privilégio de passar. Não vou mentir, tive dor sim, fortes, mas só na hora da contração, mas depois de cada contração eu relaxava tanto, que saberia que agüentaria mais um e essa é uma dor diferente, um dor que logo acabará e pelo melhor motivo do mundo, o nascimento do meu filho e por ele passaria por qualquer outra dor 10 vezes maior!
Obrigada filho por ter me escolhido para ser a sua mãe e poder passar por toda essa experiência incrível.
Luciana
Mãe de Pedro hoje com 1 ano e 6 meses,
casada com Felipe.